“Tinha uma atmosfera de notícia que ainda habita as redondezas do bairro”

Phelipe Siani

Phelipe Siani

Phelipe Siani, formado em 2005, é repórter especial da TV Globo. Já no último ano de faculdade, estagiava na TV Globo durante o período diurno. Atuou como repórter na TV Tem, TV Tribuna, TV Fronteira e SBT Brasília. Cursou, em 2013, Produção Cinematográfica Digital na New York Film Academy, e Direção de Documentários na Escuela Internacional de Cine y TV de San Antonio de Los Baños, em 2015.

Eu me formei em 2005, ano em que eu já era estagiário da TV Globo São Paulo. Subia e descia a serra todo santo dia e quase sempre chegava atrasado na faculdade, era uma loucura absurda. O Edu Cavalcanti, o Paulo Börnsen, o André Rittes, a Te Cris e tantos outros professores tiveram bastante paciência mesmo comigo.

Do Jornal Entrevista tenho saudades das reuniões de pauta, as primeiras com cara de redação de verdade, com discussão ardida, daquelas que fazem a gente crescer muito. Sinto falta do quebra pau que sempre costumava ser a faísca que resultava numa matéria muito legal, sinto falta da bagunça, das guerras de bolinha de papel e dos colegas chegando cansados naqueles que seriam só os primeiros dead lines das nossas vidas profissionais.

Sempre fui focado em TV e tive a sorte de, no começo de 2005, ser escolhido entre cerca de 2500 candidatos para ser um dos 11 estagiários da TV Globo para aquele ano, o último da faculdade. Aí foi como se eu estivesse fazendo dois cursos ao mesmo tempo… o de Jornalismo na UniSantos e o de TV na Globo. Aprendi muito e quase enlouqueci de tanto cansaço. Mas valeu a pena e, sim, eu faria tudo de novo.

E essas são as dicas que eu dou pra quem está começando. Passe noites em claro, estude, se estresse, brigue, trabalhe, namore, tenha bom humor, faça parte de uma banda, tenha muitos amigos, vá ao bar, e, acima de tudo, crie boas histórias que possam ser contadas mais tarde com o belíssimo acompanhamento de prolongadas risadas.

Sinto muitas saudades da minha época de UniSantos e do campus velho, empoeirado e quente, sem ar condicionado. Um lugar com muito menos estrutura do que vocês têm hoje, mas que, mesmo assim, respirava jornalismo. Tinha uma atmosfera de notícia que ainda habita as redondezas do bairro. Sinto isso até hoje quando passo por lá. Um saudoso prédio cinza que veio ao chão, e hoje é só lembrança. Qualquer dia eu passo no Campus da Conselheiro Nébias, visito aquelas que, pelo menos para mim, ainda podem ser chamadas de “novas instalações” da UniSantos. Que saudades… que saudades!

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