“Foi muito legal ter estudado na “Católica de Santos”, como carinhosamente eu chamo”

marilu cabañas

Marilu Cabañas

Marilu Cabañas é repórter da RedeBrasil desde 2012. Em 1987, conquistou o prêmio Vladimir Herzog, na categoria Anistia e Direitos Humanos; Prêmio da Federação dos Jornalistas, na categoria radioreportagem, em 2000; da Andi (Agência de Notícias dos Direitos da Infância) e Rede Andi, com o título Jornalista Amigo da Criança, em 2000; e o Líbero Badaró na categoria variedades, em 2001. Começou na Rádio Guarujá Paulista AM, passando pelo Jornal Guarujá e Rádio Bandeirantes. Também atuou como repórter no SBT e Rádio Cultura de São Paulo.

As lembranças que tenho do curso de Jornalismo, da Faculdade Católica de Santos, assim era chamada na época, são muito boas. Sinto que poderia ter aproveitado mais não fosse a correria, própria do aluno que trabalha e estuda.  

Cheguei a emagrecer 10 quilos em quatro anos de estudo. Hoje para emagrecer um quilo é aquele sofrimento, ahaha.     

Realidade pessoal e piadas à parte, o que ficou na memória sobre a faculdade é o empenho dos professores de um modo geral. Não lembro de ter queixas de nenhum. Alguns, porém, me marcaram profundamente.

Uma vez fiz uma reportagem para a “Agência Facos” de um jogo no Centro Esportivo Rebouças. Alguns torcedores levaram uma boneca gigante batizada de “Gretchen”. E aí lembro que comecei a matéria por aí. O título também foi usando o bom humor da torcida. Na noite de correção de texto dessa matéria eu faltei mas os colegas disseram que o professor Manente, que era do Estadão e já falecido, elogiou minha reportagem e citou esse “abre” bem humorado. Nossa, isso fez um efeito em mim poderoso. Receber um elogio do Manente era tudo que eu nunca imaginei. Isso serviu para fortalecer minha auto-estima como profissional. Até hoje lembro com carinho dessa história e percebo o valor de uma palavra positiva para quem está começando.

Do professor Carlos Eduardo Lins da Silva lembro dos filmes que ele exibia, o “Cidadão Kane”, por exemplo, conheci por intermédio dele. Sempre indicava importantes leituras. Foi fundamental na minha formação de jornalista. Ele levou também o Carlos Tramontina para uma palestra.

Lembro dos colegas Rodolfo, Chaloub, Regina, Shirley, Tereza e muitos outros, enfim, um grupo bacana de se conviver. E vivenciar um pouco a realidade dos moradores pobres da Vila Zilda, em Guarujá, no meu trabalho de conclusão de curso, também me marcou.

Se por um lado eu não tinha o tempo que deseja para poder “curtir” mais a faculdade, por outro, ela me ajudou a construir um repertório que pude praticar na emissora onde trabalhava na época, na Rádio Guarujá Paulista. Fiz a faculdade junto com a rádio. Isso foi muito importante. A partir das aulas criei um quadro no meu programa chamado “debate popular” onde colocava as mais variadas questões para que os ouvintes debatessem. Enfim, foi muito legal ter estudado na “Católica de Santos”, como carinhosamente eu chamo.

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